Seta azul

julho 7, 2025

Soluções digitais para diabetes em atendimento ambulatorial

Como as ferramentas digitais estão melhorando o tratamento do diabetes, a adesão e o suporte à saúde

Um homem sentado no chão conversando com um médico, que está ajoelhado ao seu lado, discutindo problemas de saúde.

O diabetes é um importante problema de saúde global, afetando mais de 537 milhões de pessoas em 2021, e espera-se que os números aumentem significativamente até 2050 (1,2). O controle do diabetes exige cuidados contínuos, sobrecarregando os sistemas de saúde e aumentando os custos, além de, muitas vezes, não oferecer suporte adequado ao paciente.

A comunicação eficaz entre o paciente e o provedor é fundamental, especialmente para pacientes com diabetes tipo 2 que enfrentam desafios diários e sofrimento emocional (3). A orientação clara e o apoio contínuo são essenciais para o autocuidado adequado.

A adesão ao tratamento é influenciada por fatores como depressão, terapias complexas e acesso limitado à saúde (4). O gerenciamento do diabetes vai além do controle do açúcar no sangue, exigindo o monitoramento de complicações como problemas de visão e renais - especialmente em pacientes com várias doenças crônicas.

Os modelos tradicionais de atendimento geralmente priorizam a doença em detrimento do paciente, contando com consultas breves e baseadas no medo (por exemplo, "O diabetes não controlado pode causar um derrame"). Isso deixa os pacientes sem apoio entre as consultas, atrasando ajustes críticos (medicamentos, encaminhamentos) e piorando os resultados.

As ferramentas digitais de saúde abordam essas lacunas com suporte contínuo e educação personalizada (4,5). Após a COVID-19, a adoção aumentou, com inovações como a telemedicina, o monitoramento de glicose orientado por IA e a análise preditiva, permitindo o atendimento proativo. Essas ferramentas melhoram o acesso, o envolvimento e a coordenação, reduzindo as emergências (4,5).

Homem verificando seu estado de saúde em um smartphone, concentrado na tela, sentado em uma sala bem iluminada.

Ferramentas digitais de autogerenciamento, como aplicativos e mensagens automatizadas, demonstraram melhorar a adesão à medicação e incentivar o monitoramento regular da glicemia (4). As interações remotas com as equipes de saúde beneficiam tanto os pacientes quanto os serviços, permitindo ações como o compartilhamento de fotos de úlceras de pé diabético, o envio de dados contínuos de glicose, a solicitação de esclarecimentos, a renovação de receitas, a participação em visitas virtuais e o acesso a cuidados personalizados e recursos comunitários (4).

Estudos mostram que a maioria dos pacientes com diabetes aceita bem a tecnologia para o tratamento, incluindo lembretes de medicação, agendamento de consultas e alertas de texto (6), ressaltando seu potencial no gerenciamento.

Além dos benefícios para os pacientes, soluções digitais bem projetadas podem ajudar a aliviar a carga de trabalho dos prestadores de serviços de saúde e apoiar a qualidade do atendimento. Ao simplificar as tarefas e permitir o gerenciamento proativo, essas ferramentas podem aliviar alguns fardos, embora devam ser cuidadosamente integradas para evitar o aumento de novas pressões.

Um homem está sentado em uma mesa, concentrado em uma tela de computador que exibe um site de informações sobre diabetes.

Para garantir que esses benefícios sejam sustentáveis e alcancem aqueles que mais precisam deles, as soluções digitais também devem ser econômicas (5). Apesar da crescente disponibilidade, ainda existem desafios, como o acesso limitado à Internet em algumas regiões e o baixo nível de alfabetização digital entre os adultos mais velhos. Treinamento e suporte personalizados são essenciais para garantir o uso equitativo.

As ferramentas digitais de saúde são uma parte valiosa do avanço do tratamento do diabetes e devem complementar, e não substituir, os serviços tradicionais de saúde (3). O uso eficaz da tecnologia pode envolver os pacientes, melhorar a qualidade de vida e apoiar os profissionais e sistemas de saúde no tratamento dessa epidemia global.


Referências

  1. Hossain MJ, Al-Mamun M, Islam MR. Diabetes mellitus, o problema de saúde pública global que mais cresce: a detecção precoce deve ser o foco. Health Sci Rep. 2024;7(3):e2004. doi:10.1002/hsr2.2004.
  2. Ong KL, Stafford LK, McLaughlin SA, Boyko EJ, Vollset SE, Smith AE, et al. Global, regional, and national burden of diabetes from 1990 to 2021, with projections of prevalence to 2050: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2021. Lancet. 2023;402(10397):203-34.
  3. Kirk BO, Khan R, Davidov D, Sambamoorthi U, Misra R. Exploring facilitators and barriers to patient-provider communication regarding diabetes self-management (Explorando facilitadores e barreiras à comunicação entre paciente e provedor com relação ao autogerenciamento do diabetes). PEC Innov. 2023;3:100188. doi:10.1016/j.pecinn.2023.100188.
  4. Georgieva N, Tenev V, Kamusheva M, Petrova G. Diabetes mellitus-digital solutions to improve medication adherence: scoping review. Diabetology. 2023;4(4):465-80. doi:10.3390/diabetology4040040.
  5. Wang W, Samadbeik M, Puri G, McLeod DSA, Lobo E, Duong T, et al. A scoping review of digital solutions in diabetes outpatient care: functionalities and outcomes (Uma análise de escopo das soluções digitais no atendimento ambulatorial de diabetes: funcionalidades e resultados). Int J Med Inform. 2025;202:105967.
  6. Lakshmi G, Karthika N, Lathia T, Selvan C. From conversation to care: improving outcomes in diabetes through communication. Apollo Med. 2025 May;22(3).
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